O Vale do Douro
É tão verdade que a região vitivinícola do Douro é ímpar em Portugal.E com isto se quer apenas acentuar a diferença que de facto faz em relação às demais belas regiões vitivinícolas do país. Haverá outras no mundo que se lhe assemelhem? O Douro é a região vitivinícola demarcada e regulada mais antiga do mundo, desde 1756, por decreto do primeiro-ministro de D. José I, mais tarde nomeado Marquês de Pombal. De há muito conhecida como a região do Vinho do Porto. Mas, além disso, o que é que a faz ser tão especial? Pode alguém que a visite ficar-lhe indiferente?
As características geomórficas conferem-lhe a monumentalidade das montanhas. As vinhas, em terraços murados ou em patamares cobrem as suas encostas íngremes que ora ascendem ora mergulham em vales profundos. O clima e microclimas variáveis enquadram-se genericamente na tipologia mediterrânica, de verões quentes e secos e invernos frios e pouco chuvosos. Não há certamente outra região em Portugal em que a cultura do seu povo esteja mais ligada às vinhas e ao vinho. Como alfobre de castas autóctones, a região do Douro é extremamente rica, se não a mais rica.E também os seus vinhos reforçam naturalmente este seu carácter particular único.
Miguel Torga, um dos nossos melhores escritores, no seu livro Portugal, descreveu-a assim, entre outras passagens:” O Douro... é, no mapa da pequenez que nos coube, a única evidência incomensurável com que podemos assombrar o mundo”. Em 2001, a UNESCO concedeu-lhe a distinção de Património da Humanidade, como paisagem viva, evolutiva e cultural.
E é aqui que nos reencontrámos com a terra, com os ritmos da natureza, com a quietude e o sossego que dela emanam, sentindo o passo do dia e da noite, do sol, da lua e das estrelas, longe das luzes artificiais da cidade...
Pois é. Só vai poder compreender isto quando visitar o Douro. O Douro é um cenário único e, ao mesmo tempo, profundamente dramático. Em boa análise, podemos dizer que de um lado nos toca a austeridade agressiva da montanha e do outro, à mistura, nos espanta o atrevimento, a determinação férrea, o trabalho heróico daqueles que humanizaram o gigante da montanha e que a continuam a humanizar. Sobre o Vale do Douro há muito mais para contar... e por isso, se lhe agrada leia mais em: